Porto Alegre fecha comportas do Guaíba por causa da chuva
30/06/2025
(Foto: Reprodução) Na região das ilhas da capital gaúcha, os alagamentos entraram na terceira semana. Prefeitura de Porto Alegre decidiu fechar todas as comportas do sistema de proteção contra cheias
No Sul do Brasil, a Prefeitura de Porto Alegre decidiu fechar todas as comportas do sistema de proteção contra cheias.
Na Zona Sul da capital, moradores estão em alerta. A água do Guaíba extravasou e inundou ruas próximas da margem no bairro Guarujá.
“Quando nós fomos ver, a água já estava na minha casa, já estava beirando a minha calçada. Foi assim uma coisa de questão de meia hora”, conta a enfermeira Cristina Abbud.
O Lago Guaíba, onde chegam as águas de diversas regiões do estado, está bem cheio. As chuvas nas cabeceiras dos rios ainda não alcançaram a capital. A previsão do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS é de que o Guaíba seguirá em elevação até o fim dessa semana.
Porto Alegre fecha comportas do Guaíba por causa da chuva
Reprodução/TV Globo
“A gente tem agora um Guaíba que não subiu tanto quanto os piores cenários. Em termos de níveis e em função do vento, vai receber essas águas e ele vai subir de novo. Mas a expectativa é que a gente vai ficar aí entre o 3,60 m, que é a nossa cota de inundação, e os 3 m, que é a nossa cota de alerta”, diz Fernando Fan, hidrólogo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS.
A Prefeitura de Porto Alegre decidiu reforçar um ponto da cidade onde até 2024 existia uma comporta, que foi danificada pela enchente. Foi feita uma barreira com pedras na frente e, atrás, sacos com argila e areia. Cada um pesa uma tonelada. Na região das ilhas de Porto Alegre, os alagamentos entraram na terceira semana.
“Eu moro aqui há 31 anos já, sempre passei por enchente. Agora, dessa vez, está sendo mais direto. Já baixou tudo isso aqui, agora levantou tudo de novo”, conta o chapeador Alecsandro Nunes.
Em São Sebastião do Caí, mais de 200 pessoas que vivem em áreas de risco foram para dois abrigos da prefeitura.
“Uma tristeza deixar as coisas da gente lá e sair. É ruim, mas fazer o quê? Primeiro a vida da gente”, diz a cozinheira Rosane dos Santos.
Em Lajeado, o Rio Taquari passou novamente da cota de inundação. Cerca de 140 pessoas foram para um abrigo. Muitas recém tinham voltado para casa depois da cheia do início de maio.
“Nem deu tempo de secar a casa, nem de colocar as coisas no lugar. Já tivemos que voltar de novo. Seguir a vida, fazer o quê”, lamenta a dona de casa Elizabete Viana.
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