Alunos que estudavam em casebre sem paredes há 3 anos no Acre voltam às aulas em novo colégio
14/07/2025
(Foto: Reprodução) Alunos voltam às aulas em nova escola na zona rural do Bujari
Após três anos estudando num casebre sem paredes e em meio ao matagal, alunos dos ramais Espinhara e Funtac, zona rural do Bujari, interior do Acre, retomaram às aulas nesta segunda-feira (14) na nova sede da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo.
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Uma equipe da Rede Amazônica Acre acompanhou a inauguração do colégio, na quinta-feira (10), que contou com moradores dos ramais, autoridades da Secretaria de Educação e Cultura do Acre (SEE-AC), do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) e da Prefeitura do Bujari.
A situação precária em que os alunos estudavam foi denunciada em reportagem do g1 e do Fantástico em junho. As imagens mostraram que as aulas ocorriam em um casebre em meio ao matagal com apenas alguns pilares de madeira sob telhas, sem paredes e sem assoalho, no chão de barro.
Alunos dos ramais Espinhara e Funtac, zona rural do Bujari, voltam a estudar
Júnior Andrade/ Rede Amazônica
“Estudávamos em uma escolinha que nem era cercada e agora eu me sinto muito bem e ansioso para aprender mais de matemática e português”, contou o estudante Tiago Amorim, de 12 anos.
Gabriel Azevedo, de 11 anos, conta que a nova estrutura o deixou ansioso para aprender ainda mais. “Eu estou com mais motivação. Ter uma escola nova, muitas coisas novas, lá na outra escola não tinha essas coisas que tem agora”, contou o garoto.
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Antes, os estudantes de diferentes anos escolares eram agrupados em uma só classe. Já o novo colégio conta com duas salas de aulas, o que possibilita que os alunos sejam separados por turma.
A nova sede conta também com refeitório, copa, despensa e dois banheiros. "Estou muito feliz e ansiosa para um novo local de trabalho, com materiais adequados e com assistência”, celebrou a professora Gracielia Assis.
Veja o antes e depois da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo
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Denúncia
Depois da repercussão das reportagens, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) determinou o afastamento cautelar do secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, por 30 dias. O governo, contudo, manteve o gestor.
No dia 13 de junho, a SEE-AC e o TCE-AC firmaram um acordo emergencial para resolver os problemas estruturais da escola.
Alunos estudavam em casebre no meio do mato e nova estrutura conta com cadeiras, bebedouros e paredes
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O Ministério Público Estadual (MP-AC) recomendou também na época a interrupção das aulas na unidade improvisada até que a nova escola fosse construída. No dia 16 de junho, a SEE-AC suspendeu as aulas novamente na Escola Limoeiro Anexo. O prazo para entrega da nova escola era de um mês.
A construção do novo colégio, inclusive, era uma das exigências da ação civil pública do MP-AC, que pediu ainda a reestruturação de escolas para evitar que os estudantes sejam submetidos a condições precárias como as da Escola Limoeiro Anexo.
"A escola tal qual foi construída, ela observa os padrões mínimos de acessibilidade, de estrutura. Então, tal qual está construída, ela observa os direitos mínimos para uma escola rural", disse o promotor Antônio Alceste Callil.
Conheça a rotina da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo, na zona rural de Bujari, no AC
Colaborou o repórter Júnior Andrade, de Rede Amazônica Acre.
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